Memória Roberto Marinho
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A crescente e fiel audiência e os inúmeros prêmios recebidos por Roberto Marinho e pela Rede Globo atestaram o reconhecimento do trabalho inovador realizado nos anos de 1960 e 70. Alguns exemplos são o prêmio Iris, por Malu Mulher, em 1980, e os prêmios Emmy Internacional para Roberto Marinho na categoria Mérito como Dirigente de Destaque, em 1976, e Homem do Ano, em 1983. A Rede Globo recebeu os prêmios Emmy Internacional pelas produções Vinicius para crianças, 1981, e Morte e Vida Severina em 1982.
Na década de 1980, os programas da Globo se consagraram e conquistaram o público brasileiro, confirmando o esforço de Roberto Marinho de investir em talentos, tecnologia e conteúdos de qualidade. Muitas produções marcaram a história da televisão como a segunda versão de Roque Santeiro, 1985, de Dias Gomes, que havia sido censurada em 1975; Vale Tudo, 1988, de Gilberto Braga; Que Rei Sou Eu?, 1989, de Cassiano Gabus Mendes; TV Pirata,1988; Xou da Xuxa, 1986; e Sítio do Picapau Amarelo, 1977 a 1986.
O diálogo com a comunidade e a prestação de serviços eram aspectos essenciais para Roberto Marinho. Na direção do jornal O Globo e na Rádio Globo, orientava seus profissionais a investir no jornalismo comunitário. Nesta linha, foi criado, em 1982, o Globo Cidade e, em 1983, estrearam as chamadas Praças TV, como SPTV, RJTV, NETV, MGTV e DFTV. Além das notícias locais, os telejornais apresentam reportagens ao vivo e matérias de serviço, como agenda cultural e informações sobre o trânsito.
O projeto Criança Esperança, de 1986, fez parte da política de contribuição social que Roberto Marinho implementava em suas empresas de comunicação. O jornalista afirmava que “A Rede Globo, ao dedicar-se à luta em defesa dos direitos da criança e dos jovens, dá uma irrefutável demonstração de estar consciente de suas responsabilidades sociais, ampliando e enobrecendo o seu dever de divulgar e de informar”.
Em 1982, o governo contratou a empresa Proconsult para apurar a 1ª eleição direta a governador do Rio de Janeiro desde 1964. Os resultados parciais indicavam a vitória de Moreira Franco e a Globo, seguindo a apuração do TRE, divulgava a liderança do candidato do PDS. Ressaltava, porém, que Leonel Brizola, do PDT, poderia ultrapassar o adversário. Brizola acusou a Globo e a Proconsult de divulgarem informações que propiciavam a fraude. A confusão foi esclarecida e aberto inquérito contra a Proconsult.
Em 1983, foi apresentada a proposta de emenda de eleições diretas para presidente e as manifestações a favor ficaram conhecidas por Diretas Já. Roberto Marinho orientou para que os protestos fossem noticiados apenas nos jornais locais por temer que “representassem um fator de inquietação nacional” e, com isso, ameaçassem o processo de abertura política. À medida que o movimento ganhava repercussão nacional, a Globo passou a transmitir as manifestações pró-Diretas Já nos programas e telejornais de rede.
O primeiro comício das Diretas Já transmitido em rede nacional foi o da Sé, em São Paulo, em 25/01/1984, aniversário da cidade. A chamada do Jornal Nacional sobre o comício foi junto às festas, provocando acusações equivocadas de que a Globo não tinha feito reportagem sobre o comício. De um lado, a sociedade criticava e pressionava a Globo a noticiar com destaque as manifestações; de outro, os militares coagiam Roberto Marinho a não noticiar os protestos, ameaçando-o de retirar a concessão.
Depois da polêmica na cobertura do comício da Praça da Sé, Roberto Marinho avaliou que “a mobilização popular era tal que se deveria tratar o assunto em rede nacional”, orientando que as matérias dos comícios fossem exibidas em todos os telejornais e programas de rede. No comício da Candelária, no Rio de Janeiro, em 10/04/1984, que reuniu um milhão de pessoas, a Globo transmitiu a manifestação ao vivo, dando flashes ao longo da programação e exibindo matérias em todos os telejornais.
Em 1985, a Rede Globo realizou uma grande cobertura sobre a doença e falecimento de Tancredo Neves. Em 21 de abril, sua morte foi anunciada no Fantástico e em seguida, foi exibido um Jornal Nacional Especial, de 4 horas. O cortejo fúnebre foi transmitido ao longo de todo o dia 24 e a cobertura da tragédia noticiada nos diversos veículos de informação do Grupo Globo. Roberto Marinho compareceu ao velório no Palácio do Planalto e à missa no Rio de Janeiro.
Roberto Marinho era grande admirador da literatura e estimulou produções baseadas em obras literárias para a TV. A familiaridade com os clássicos permitiu que colaborasse em minisséries, como Primo Basílio, de 1988. O diretor Daniel Filho conta que Roberto Marinho pediu para assistir às cenas de amor antes de exibidas, porque a lembrança do jovem leitor era de uma narrativa com cenas excessivamente picantes. No destaque, Roberto Marinho pede cautela nas cenas de beijo.
Roberto Marinho acompanhava de perto a programação. Em 1988, elaborou a diretriz “Sensibilidade e Responsabilidade” para ser seguida por todos os funcionários da Rede Globo. No documento, escreve que a “Rede Globo conquistou um lugar de destaque nacional e internacional por dois fatores fundamentais: a) o conteúdo da sua programação, criado pelos seus autores, diretores, produtores e artistas. b) o nível de suas produções, fruto da competência técnica e de um bem planejado parque industrial”.
Em 1989, a Globo transmitiu, ao vivo, o debate entre os candidatos do 2º turno da primeira eleição presidencial pós-ditadura. No dia seguinte, foram exibidas duas edições: no Jornal Hoje, criticada por ser mais favorável a Lula, e no Jornal Nacional, que gerou críticas por ser mais favorável a Collor. A edição do JN, às vésperas do dia da eleição, provocou grande polêmica. Depois deste episódio, a emissora entendeu que não deveria editar debates, passando a exibi-los somente na íntegra e ao vivo.
O Projeto Jacarepaguá, conhecido também como Projac, Central Globo de Produções e Estúdios Globo, começou a ser construído em 1988. Roberto Marinho idealizou a centralização das locações da emissora, que havia se expandido desde sua inauguração em 1965. Equipado com alta tecnologia, o complexo é formado por estúdios de gravação, áreas para a construção de cidades cenográficas, fábricas de cenografia e figurino, e um moderno centro de pós-produção.
Os Estúdios Globo, anteriormente conhecido como Projac, foram inaugurados no dia 2 de outubro de 1995. Roberto Marinho, aos 90 anos, na presença do elenco da Globo, equipe de produção, diretores e executivos, bateu a claquete de gravação da primeira cena da novela Explode Coração, de Gloria Perez, iniciando os trabalhos. Muito emocionado, destacou em seu discurso a conquista de um espaço de produção artística de alta qualidade e a importância dos profissionais da Globo para a realização deste sonho.
Em 1995, o jornalista Alberico de Souza Cruz, que havia assumido a direção da Central Globo de Jornalismo em 1990, deixou a Globo. A convite de Roberto Marinho, Evandro Carlos de Andrade, diretor do jornal O Globo, assumiu a direção de jornalismo na TV. O diretor implementou importantes mudanças para modernizar o jornalismo da Globo.
Em 1996, os apresentadores dos telejornais foram substituídos por jornalistas. No Jornal Nacional, Cid Moreira e Sérgio Chapelin, locutores, deixaram a bancada que ocupavam desde 1972, e foram substituídos por Lilian Witte Fibe e Willian Bonner. Em 1998, Fátima Bernardes ocupou o lugar ao lado de Bonner. O jornalista Evandro Carlos de Andrade, auxiliado por Alice Maria e com o apoio de Roberto Marinho, implantou a GloboNews, primeiro canal de notícias brasileiro 24h no ar.
Os anos de 1997 e 1998 foram de grandes mudanças estruturais nas empresas do Grupo Globo. Em 1997, Boni, que ocupava a vice-presidência de operações desde 1980, deixou a emissora e foi substituído por Marluce Dias da Silva. No ano de 1998, Roberto Marinho e seus filhos, Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto, deixaram as funções executivas e passaram a formar o Conselho de Gestão das Organizações Globo.
Em 1998, a Globo ampliou ainda mais sua atuação, criando a Globo Filmes, com o mesmo espírito de fortalecimento da cultura nacional executado pela TV. A Globo Filmes é coprodutora em obras nacionais, difundindo e fortalecendo o cinema brasileiro. Roberto Marinho era um grande admirador do cinema nacional e destacava três filmes importantes: “Limite, de Mario Peixoto, O Cangaceiro, de Lima Barreto, e Deus e o Diabo na terra do Sol, de Glauber Rocha, são três grandes momentos do cinema.”
Em janeiro de 1999, aos 94 anos, Roberto Marinho inaugurou um moderno prédio para a nova sede da Globo em São Paulo. Com a inauguração, a Globo São Paulo passou a produzir e gerar telejornais de rede, como o Jornal Hoje e o Jornal da Globo. Pela primeira vez, uma estação de TV brasileira era inteiramente em sistema digital, da captação de imagens de rua até a transmissão dos telejornais.
Em 2000, o Grupo Globo lançou o portal e provedor de internet Globo.com. Sobre essa nova frente de atuação, Roberto Marinho afirmou que: “Nosso ingresso nesse mundo do futuro está sendo garantido por uma série de providências e de iniciativas, como o recente ingresso de nossas organizações no mundo da internet, com a Globo.com, iniciativa que já nasceu assumindo posição de liderança incontestável. Sempre achei que teríamos muito futuro pela frente.”
A Globo optou por uma nova linguagem na cobertura das eleições de 2002. Os candidatos foram entrevistados ao vivo nas bancadas do Jornal Nacional, Bom Dia Brasil, Jornal da Globo e Globo News. O debate do segundo turno foi inspirado no modelo norte-americano e os candidatos se posicionaram em pé numa arena, dando mobilidade e agilidade às argumentações e perguntas. Os bastidores deste encontro também foram gravados e exibidos em reportagem.
Roberto Marinho faleceu em 2003, mas seu legado continua vivo: foco na comunidade, difusão da informação, qualidade das produções e valorização da dramaturgia nacional. O jornalista sempre viu a frente de seu tempo e a Globo continua a se reinventar. Em 1982 disse: “entramos na nova revolução tecnológica provocada pela fusão da telecomunicação com a informática, a qual tornará possível a cada indivíduo uma livre e profunda participação e integração no sistema social, em termos jamais sonhados.”
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