“A Fundação Roberto Marinho é consequência natural de uma longa trajetória de trabalho das Organizações Globo, voltado para o interesse comunitário”. Com essas palavras o jornalista e empresário Roberto Marinho definiu a origem da Fundação. A filosofia básica da nova instituição era atuar em áreas onde o governo e a iniciativa privada encontrassem dificuldades na solução de problemas de interesse comum. Em 1977, foi criada a Fundação Roberto Marinho.
Em seus primeiros anos de existência, a Fundação Roberto Marinho desenvolveu diversos projetos relacionados à educação, cinema, esportes, restauração de monumentos no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. João Carlos Magaldi, diretor da Central Globo de Comunicação, foi um dos grandes aliados de Roberto Marinho nesta nova empreitada e se tornou o primeiro Secretário Geral da Fundação.
A preservação do patrimônio histórico sempre foi umas das prioridades da Fundação Roberto Marinho. Ao assumir a direção da área cultural da Fundação, no início da década de 1980, José Carlos Barbosa, engenheiro, contribuiu para fazer da instituição uma referência na área de restauração. Ele ajudou a desenvolver uma metodologia que inovava as técnicas de restauração e a utilização de materiais nas obras. Sob sua gestão, foram promovidos seminários, reuniões técnicas e publicados livros sobre o tema.
A 1ª campanha realizada pela Fundação Roberto Marinho, em 1977, foi a de Preservação da Memória Nacional. Com o slogan “Nosso passado está vivo, ajude a conservá-lo”, pretendia revitalizar monumentos e conscientizar a sociedade sobre a sua importância. Com o apoio do Iphan, foram restauradas construções como a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, no Serro, em Minas. Para Roberto Marinho esse tipo de projeto demonstrava, “a saudável e harmoniosa relação que pode existir entre governo e iniciativa privada”.
O Telecurso 2º grau foi o primeiro projeto de educação da Fundação Roberto Marinho, em parceria com a Fundação Padre Anchieta, em 1978. A ideia era oferecer ensino à distância através da televisão aos adultos que pretendiam concluir o ensino médio. As “teleaulas” eram transmitidas diariamente na Globo e em outras emissoras de televisão e rádio. Para Roberto Marinho, o Telecurso era“um passo à frente na história da educação do Brasil e uma conquista irreversível para a sociedade brasileira”.
Roberto Marinho acreditava na importância do investimento na formação de bons atletas. Ele assinou em 1978 uma parceria com a prefeitura do Rio que visava estimular jovens de baixa renda à prática esportiva como atletismo e vôlei. Assim foi lançado o Programa de Iniciação Esportiva, que teve o seu primeiro núcleo na favela da Mangueira, no Rio de Janeiro. Mais do que uma atividade física, o projeto significava para Roberto Marinho “uma lição de vida sadia e uma proposta concreta de integração comunitária”.